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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Castelo de ilusões



Nada é como parece ser
Quando vc olha mais de perto
Nada nunca é como deveria ser
Quando tudo parece incerto
Ocasiões formam pessoas
Que por vezes nos fazem crer
Em cegas ilusões estranhas
Ou somos cegos por não querer ver?

Os surdos do castelo tocam
Uma bela cantiga de amor
Enquanto isso o bobo ri
Forçadamente no amargor
O rei parece tão descontente
Seu olhar demonstra a dor
E a rainha caiu em desgraça
Como a última pétala daquela flor

E nada é o que parece
No castelo das ilusões
Ninguém sabe o que acontece
Em outros corações
Por vezes nem no seu mesmo
Por vezes são apenas complicações
Dúvidas que se negam a ir
Eles apenas continuam as atuações

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Poeta Morto




Eu quero apenas olhar para o passado
E me arrepender das escolhas que eu fiz
Observar atentamente cada erro
E ser um ser imperfeito, cheio de paixão
Não digo nada disso procurando perdão
Apenas sigo meu caminho procurando a mim mesmo
Em cada trecho da estrada que se abre a minha frente
Sem métrica, sem lógica. Pura sensação
Eu não quero ter que buscar explicação
Eu quero ser mais do que a simplicidade que se avizinha
Mais do que seu olhar pode ver
Eu quero agir sem pensar e me arrepender
Aproveitar o que me é ofertado
Mesmo aquilo que é errado
Quero ser a explosão final
Ver o mundo sem a distonia do bem e do mal
Quero apenas aquilo que eu quero
Conquistar o mundo enquanto caminho
Quero viver antes de morrer
Quero ser um babaca, um imprestável
Um gigante amável
Quero preocupação e ignorância
Sentir o amor e o ódio que nos torna humanos
Estar repleto de desespero e esperança
Que o meu dia seja completo
Quero Sorrir, pensar e chorar
Me perder e não saber me encontrar

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Gritos de socorro



Nas montanhas geladas
Perdidas do mundo
Ouço um silvo de dor
Um pedido de socorro
No país das neves
Sob um regime opressor
Sob o murmúrio dos puros
Sob os gritos e lamentos
A esperança ainda reina

Nos olhos fechados
Na flor de lótus
Nos imortais sentados
Ousa a paz e o sorriso
Lutarem contra armas
Ousa o ódio ser reprimido
Nas ascensões dos karmas

A bandeira vermelha trêmula
Demarcando a destruição
Genocídio ignorado
A queda da nação
De uma história milenar
E o mundo acompanha calado
Enquanto gritos ecoam na prisão

No ponto mais alto do mundo
Chora uma mãe desconsolada
Chora o sofrimento de seu filho
Foi um simples grito por liberdade

A esperança habita
No oceano de sabedoria
Na grande luz clara
Que ainda preenchem com alegria

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Explosão



A ardência que sinto por dentro
As chamas que ardem e machucam meu coração
Que fazem sentir a vida dentro de mim
Cada espinho que gera a dor
Que gera aquele momento de excitação
Que explode ao toque de sua mão
Ao se encontrarem com as minhas
Em um rítmica explosão

O magnetismo que força meus lábios
A encontrarem os seus, tão lentamente
Como se fosse necessário para viver
E é necessidade constante
A cada vez que me perco em seu olhar
Que faço tua frequência cardíaca aumentar
E, por um momento, todas as barreiras esquecer

A nossa dança ao som do simples amor
O encontro dos nossos corpos
Enquanto tu giras em direção aos meus braços
Estaremos agora mortos?
Será eterno ou um mero momento
Mera atração ou profundo sentimento
Não quero pensar
Apenas viver
Apenas fazer

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Daniela



Ela sente-se sozinha
Confusa e perdida no meio da noite
Olhos em lágrimas, limpam a dor
Ela diz não acreditar no amor

Mas sente dentro de si a necessidade
Tudo parece um turbilhão de incertezas
Ela precisa de cavalos marinhos
Abandonar o passado, esquecer as tristezas

Corações confusos em uma noite escura
Tudo parece um turbilhão de incertezas
Precisamos abandonar o passado, eu sei
Olharemos para o futuro esquecendo as tristezas

Daniela,
Tão bela,
Presa em sua cela...
Pronta para se libertar,
para viver, para voar!

She still there in the same place
But in the past I could not see
Was just a blind man, a lost boy
But I grew and found you. Now I'm here

Confused hearts in a darkness nights
Everything looks a vortex of doubts
We should abandon the past, I know
Together we'll look to the future and shout

Daniela,
You're so beautiful
Your eyes so sweetful
Ready to free yourself of all lies
To learning live and learn fly

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O que esperar de um poeta?



A poesia é criada ou encontrada?

Ela surge da mente de um poeta
Ou está sempre ali, à espreita,
Esperando a hora correta?

Ela surge espontaneamente?
Ou de um sistema de acontecimentos?
A poesia é fruto da razão humana
Ou é gerada por sentimentos?

O que esperar de um poeta,
se não que ele procure sua poesia
Que não pode ser criada,
A não ser pela agonia

Por fim, a poesia está sempre ali
Aguardando a hora de ser escrita
Até o momento em que é exteriorizada
Quando ela será lida, sentida, esquecida

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Abismo




Os corpos estão na mesa

E ninguém se preocupa com os que viveram
Ninguém vê aquilo que eu vejo
Eu sou um cego solitário, me esqueceram



Estou perdido feito uma criança

Sem cavalos marinhos ou pássaros azuis
Inútil como lixo electrônico
Abro a janela e deixo a solidão dominar a luz



Disseram que o mundo está em ruína

Que ninguém se preocupa em abrir qualquer porta
Corrosão acelerada feito anfetamina
Mas na real: Quem se importa?
Veja o mundo com seus olhos de menina
Pois se cresceres, não tem mais volta



O passado é apenas um monte de esterco

O  futuro, uma lixaria
Me esqueça enquanto me perco
Na real: quem ligaria
O mundo não suportaria meu cerco
Será que você me amaria?



Esqueceria de tudo e passaria a vida ouvindo suas histórias

Que o mundo se exploda consumido em chamas
Seus olhos não me veem como uma escória?
Como todos os outros me veem? Alguém ainda ama?



Não conheço o lugar que morri

Desconheço onde irei nascer
Tomo uma grande dose de remédio pra gripe
Dormir, morrer, viver, vencer



Perdi minhas alma há muito tempo

O diabo jurou me devolver
Quando finalmente pagasse meu acordo
O que poderemos fazer?



Dê-me a mão e fale mais

Ande comigo em direcção ao abismo
Nem sequer olhe para trás
Abandone o utilitarismo
Grite e deseje mais
Prenda-se ao meu sofisticalismo

domingo, 11 de novembro de 2012

CENA DE HOMICÍDIO



Quem eu sou?
Aonde estou?
Paredes brancas manchadas de sangue
Corpos inertes espalhados ao chão
Apenas manequins
Não falam, não se movem, não pensam
Demônios fantasiados de Serafins
A luz engolida pela escuridão


Quem somos?
Quais são nossos planos?
Ficamos parados, inertes, por tempo demais
O relógio não parou, mas andou pra trás
Bocas fechadas com dentes a mostra
Prontas para morder, me ferir
Eu queria apenas fugir



Mão abertas
Olhos fechados
Os muros da cidade estão acizentados
O nascer do sol também
O silêncio dos inocentes para o regojizo dos culpados
Ecos que vem do além
Corpos inertes, estão todos mortos
As mentes fecharam os portos
Fugimos aos aeroportos
Mas os aviões caem em chamas, destruindo um aranha-céu
Fica a esperança que os mortos se ergam
Mas permanecem intocados seus mausoléus

sábado, 10 de novembro de 2012

Medo



Olho para o futuro, tão amedrontador
Ele olha de volta para mim de modo ameaçador
Manda um aviso de que chegará esmagador
E passará por cima dos meus sonhos feito um rolo-compressor

O medo domina minha alma, como se eu fosse nada
E a cada segundo de aproximação, sinto alguma coisa errada
Aperto o sinal para descer na próxima parada
Passo direto, não obede, me olha e dá risada

E a cada segundo que passa, tudo parece mais conflituoso
Aquilo tudo que mal importava, agora é tão doloroso
E a dor representa minha atuação, meu gozo
Seu olhar está tão cansado, parece tão desgostoso

O que fizeram com minhas promessas?
Eram tão reais e, agora, tão desconexas
Foram todas tácitas, mas e se fossem expressas?
Vamos embora lentamente. Abandone as suas pressas

Luz



Eu te disse, garota
que viver não é fácil
A vida pode ser aterrorizante
Mas olhemos diferente por um instante


Em meio a tantos horrores
O amor é tudo o que preciso dar e receber
Em meio a todos os meu pequenos problemas
Vejo a luz que me guia em você (à você)


Por muito tempo me fechei em paredes ilusórias 
Criadas pelo meu próprio medo
Você é a luz que dissipa o temor
E agora espero que você faça parte das minhas histórias
Que escrevamos juntos nosso enredo
Pois tudo o que desejo é viver esse amor


Eu poderia perder tudo
Poderia travar mil batalhas
Poderia quebrar minhas raízes
Lutar por meus sonhos e obter mil falhas


Mas com você ao meu lado
Nada importaria 
Minhas esperanças ressistiriam
Meu coração não se corromperia


Que o mundo exploda 
Se você estiver ao meu lado
Nós o reconstruiremos

domingo, 28 de outubro de 2012

AQUI ESTOU EU



Eu poderia estar resolvendo os problemas do mundo,
Eu poderia estar implementando a teoria da relatividade,
Mas aqui estou eu
Morrendo de saudade...

Eu poderia estar fazendo uma crítica à razão pura,
Eu poderia estar refutando os pensamentos de Sartre,
Mas aqui estou eu
Pensando em você...

Eu poderia estar trilhando o caminho para a paz,
Eu poderia resolver as injustiças do nosso mundo,
Mas aqui estou meu
Com você a cada segundo...

Eu poderia estar salvando milhares de vidas,
Eu poderia ter o universo me admirando,
Mas aqui estou eu
Te desejando

Eu poderia ter terminado algum dos meus livros,
Eu poderia estar escrevendo minhas própria filosofia,
Mas aqui estou eu
Te escrevendo uma poesia

Eu poderia estar lendo o Satyagraha ou o Bhagavad-Gitā
Eu poderia estar me aprofundando na lógica de Platão
Mas aqui estou eu
Na minha/tua ilusão

Eu poderia não estar fazendo absolutamente nada
Eu poderia estar repousando ao seu lado,
Mas arrependido estou eu
Por não ter lhe contado

É tarde


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Assinado "Mim"




Depois de tudo, depois dessa correnteza
Eu aprendi que é preciso seguir em frente
Eu sei...
Depois de todas as dúvidas e sua única certeza
Não consegui me conter, me sentir tão diferente
Não sei...
Sei que não somos responsáveis pelo nosso coração
Mas não consigo desistir, vou mudar sua decisão
Irei...

Pois na primeira vez que te vi, senti algo, assim, imenso
Jamais havia experimentado algo assim tão, tão intenso
Eu não sei se isso será bom, ou se poderá dar certo
Mas não consigo pensar nisso, apenas em te ter por perto

Eu te peço: me perdoa, me desculpa por não te respeitar
Eu sei que você preferiria me ter apenas de outro jeito
Mas é algo que simplesmente não dá pra controlar
Quando há algo se contorcendo, a ponto de explodir seu peito
E te deixa sem ar, faltou ar...

Me despeço e te digo: Te espero em algum ponto do meu caminho
Enquanto eu sigo sozinho e aguardo o seu coração virar meu vizinho
Talves seja, utopia, um sonho louco de um pobre desvairado,
que pode passar, que ficou atordoado
Com o seu olhar, com "eu não sei o quê"
Vamos ver...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Rugido do pequeno leão



E eles riem,riem sempre
Riem como idiotas
E eu tento seguir em frente
Superar minhas derrotas

Mas eu nasci um derrotado
"Pai, por favor me ame"
Não passo de um fracassado
Aos olhos daquele homem

Muitos veem minha baixeza
Coitado desses muitos
Apenas eu vejo minha grandeza
Sem mim, estariam destruídos
Tudo teria ruído

A água em chamas
O fogo verde se levanta
Sem tempo para dramas
O trovador não mais canta

Tudo é apenas horror
O silêncio, A sangria
O aço e a dor
Vazio de qualquer alegria
Após tudo, aguardo o explendor
Mas tenho apenas a realidade fria
Tudo o que temo é o amor
Quem me amaria?

Ela talvez pudesse?
Me entrego aos poucos
Talvez ela se interesse
No fundo somos apenas loucos

Mas a traição sempre aparece
Jamais serei feliz
Meu coração se enegrece
Ninguém liga para o que fiz

O desejo de sangue me cega
Minha alma grita "faça tudo o que anseie"
E a realidade não se nega
Pai, por favor me odeie

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Troféu na estante




Seu lindo sorriso
Seu jeito alegre e confuso de ser
Sua capacidade de gerar felicidade
Sua falta de vaidade

Conquistaram-me
Destroçaram-me
Mas hoje não sobra mais paixão
Apenas carinho e preocupação

Você podia tudo
Seu futuro é infinito
Pode ser tão bonito

Mas o que você se tornou?
Apenas um troféu em uma estante
Que hoje é bem cuidada
Mas em breve estará empoeirada

Apenas uma peça de exibição
Algo que não importa ter coração
Seu brilho apaga-se aos poucos
Você se torna comum
Ou terá sido eu?
Apenas a passagem do apogeu

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Ser simples




Não quero estar só
Na noite fria
Em agonia
Quero algo melhor
Mais que verdade
Felicidade

Sentir o vento no rosto
Um pouco de amor
Sem dor
Sentir o seu gosto
Um beijo quente
Ao sol poente

Quero sentir seu calor
Perto de mim
Até o fim
Não dar espaço ao temor
Apenas quero sorrir
E sentir

Dê uma chance para nós
Farei você feliz
Sempre quis
Vamos ficar um tempo a sós
Esquecer do mundo
Por um segundo

E viver
E dizer
O que precisava ser dito
E abraçar
E amar
Sentir o prazer do infinito

domingo, 16 de setembro de 2012

Apenas uma carta






Já faz um tempo que queria te escrever
Colocar meus sentimentos em letras rabiscadas
Pra começar, há muita coisa que eu preciso te dizer
Viver é uma coisa um tanto arriscada
Viver é amar e tenho que contar que gostei tanto de você
Mas as vezes ela nos coloca em uma cilada
Eu sei o que você sente, não precisa me falar. Vou entender
A nossa hora não chegou e eu cheguei em hora errada
E nessa hora tão difícil, será difícil de me ver
Deixarei meus rastros, se quiser siga minha pegada

Elas estarão desenhadas, deformadas no chão
E se algo mudar, eu sei que você irá me encontrar
Se elas se apagarem, use sua imaginação
Sua mente sempre será capaz de saber aonde irei estar
Siga o rastro disforme deixado pelo meu coração
Mas agora terei que ir, para provavelmente não voltar
Eu sei que tudo o que a gente passou ou não, não foi em vão
Foram coisas que nos fizeram crescer, desenvolver, melhorar
Mesmo me mandando, mantenho esperanças. Sei que é muita pretensão
Espero o dia em tu possas finalmente me enxergar

Por isso eu deixo essa carta, "please" não fique preocupada
Eu estarei melhor ainda perto de ti, com a mente em outro lugar
Me aproximarei de ti, sempre que estiveres assustada
Eu irei pra longe, mas também irei para sempre ficar
Próximo de ti como uma sombra a te observar, ali parada
E um dia olharemos nos nossos olhos e saberemos com exatidão
O que fizemos? O que não? E o que poderíamos fazer?
E riremos de tudo isso, ao relembrar essa paixão
Talvez um beijo ou desculpas. O que tiver que acontecer
Olharemos novamente para o alto, observando a amplidão

Sorrindo, olhando, sorrindo
Sentindo, voando, sentindo
Olhando para a imensidão
Voando com os pés no chão
E relendo essa carta que um dia escrevi
Apenas para não deixar ninguém esquecer de ti
Você não será esquecida, minha querida
Eu termino por aqui...

sábado, 15 de setembro de 2012

Triste, mas não fico mal



Estou triste, mas não fico mal por isso
As vezes seguir em frente é preciso
Viver é nosso único compromisso
Algumas coisas são como o siso

Mas não você, mas não você
É tão necessária, mas não posso
Preciso esquecer, esquecer
Esquecer o conto que nunca foi nosso

E eu fico triste, mas não peça perdão
Está além de você e eu
Não é a primeira vez para o meu coração
Ele sempre sobreviveu

Quando te esquecer, não esqueça que lhe amei
Coisas belas não devem ser esquecidas
Essa foi a coisa mais bela que eu lhe dei
Não esqueça dos bons momentos, querida

Estou triste, mas sinto tranquilidade
Não posso dizer que isso me deixa feliz
Nem que não sentirei saudade
Mas respeito e aceito o que você quis

Guardarei o que você me deu
Cada um dos belos presentes
Nem sei se tu sabe o que agora é meu
Agora é seguir em frente

Tão triste, mas não fico mal por isso
Amar é nosso único compromisso

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Arqueologia




Abrace-me e aguarde nossa morte
Nossos esqueletos serão encontrados um dia
Reacendendo, após turbulências,
Toda a esperança no amor, na alegria

E jovens apaixonados nos descobrirão
Em tempos de descrenças e horror
Nossas paixão despertará algo belo
Toda a esperança na Alegria, no amor

Ame-me enquanto puder e quando não puder
E levaremos esse sentimento além do possível
Nossa união atravessará eras inimagináveis
Nossos corpos se tornarão uma obra indivisível

E despertarão a esperança no coração de um garoto triste
De que ele pode viver algo parecido ao que vivemos
Que ele possa olhar profundamente nos olhos de alguém
E, como nós, dizer as duas mesmas palavras que um dia dissemos

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Caos




Um dia me disseram que tudo faria um sentido
Eu era pequeno estúpido e nem imaginava
Que tudo na verdade é o caos

Um dia eu acreditei esquecer tudo o que havia sentido
Que meu destino era guiado por uma criança que brincava
Mas tudo na verdade era o caos

A confusão de lágrimas
O turbilhão incompreensível de sorrisos
As inconstantes lástimas
Os pensamentos imprecisos

Apenas uma conjunção do caos
Do caos imprevisível
Da desordem imaculada
De sentimento invisível

Mas um dia me disseram que tudo ficaria bem
Estúpido e inconsequente, eu não acreditei
Mas da desordem tudo sai, inclusive a alegria
A confusão é a rainha, agora eu sei

A dúvida é o preço da pureza
Um tanto de caos servido a mesa
E é inútil ter certeza
Liberte-me da minha clareza

Um dia me disseram histórias sobre o bem e o mal
Mas pergunto-me constantemente quem eles são?
A vida não se divide em dois pólos, nem de um ponto central
Tão confusa quanto a tormenta do furacão

E tudo se resume ao caos
Tire meu mundo da rota de gravidade
Beije-me e confunda sua mente
Lhe mostrarei o mundo de esperança e bondade
Lhe mostrarei um mundo triste e doente
Lhe contarei toda a verdade
Em meio ao caos, beije-me
Em meio a confusão, deseje-me

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Tão chato



As folhas estão tão pesadas hoje, não acha?
A maré continua tão baixa
Anacrônico, incorreto e um tanto abstrato
Tudo parece tão chato

Águas paradas antecedem o grande tsunami
Só um outro exame (vexame)
O triste palhaço com seu sorriso ingrato
Tudo parece tão chato

Ou sou eu?
Ou sou você?
Ou somos nós?
Quem vai saber?
Sem você...

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Destinado para mim?



O que estará destinado para mim?
As páginas amareladas de livros históricos?
As páginas policiais de um jornal qualquer?
Ou uma citação breve na necrologia, numa nota de rodapé?

O que estará destinado para mim?
Fortuna, fama e tudo que um egoísta desejaria?
Uma vida tranquila ao lado de uma bela mulher?
Ou a solidão amarga, livre de qualquer fé?

Eu caminhei e sonhei tanto
Eu voei por mundos inimagináveis
Agora o cume da montanha cai lentamente
Fico apenas com as memórias insuportáveis

O que estará destinado para mim?
O sorriso belo e alegre como o de uma criança?
Lágrimas que caíram da minha face lentamente?
Ou o simples silêncio incompreendido entorpecente?

O que está destinado para mim?
A realização de sonhos que eu tinha quando criança?
O abandono completo de qualquer tipo de inocência?
Ou a amargura eterna da minha própria abstinência?

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Crescer e despertar


O céu está mais nublado
E a chuva cai mais leve
As gotas tocam o chão
Parecendo flocos de neve
Tão sutil e tão cortante
Tão cinzento e tão distante


A ventania está tão lenta
E o frio tão mais intenso
Meus ossos rangem, eu os sinto
Eles doem, não mais penso
Hoje é tudo tão diferente
Assassinaram o inocente


E as lacunas não foram preenchidas
O vazio é cada vez maior
É preenchido de ilusões doces
De memórias de um tempo melhor
Porque assassinaram a inocência?
Porque eu sinto essa abstinência?


As rochas estão cada vez mais duras
Mas sua quantidade é tão menor
Poucas e sempre mais profundas
Puxando das profundezas o nosso pior
Mas que o vento leve tudo embora
E que chegue logo a nossa hora


O pulmão do dragão está mais vazio
E suas chamas ardem e causam mais dor
E seus olhos são cada vez mais intensos
Observo atentamente o despertar de uma flor
Suas pétalas abrem lentamente
Sinto-me descontentamente tão contente

sábado, 4 de agosto de 2012

Amor e Ódio


Sabe as noites que você se sente sozinho
Elas passam rápido e aos poucos as luzem se apagam
Sabe os dias em que você se sente carente
Até o momento em que as luzes se acabam

Antigamente isso era tudo o que eu tinha
Aos poucos eu me acostumei com pouco
Mas então você apareceu como um raio na escuridão
E aos poucos foi me deixando tão louco

Algo despertou naquele dia
Algo que jamais deveria ter sido libertado
Você libertou as luzes das trevas que me dominam
E hoje sou apenas um garotinho assustado

Agora o ódio cresce dentro de mim
Eu achei que tinha me livrado desse sentimento
Mas ele ainda vive e permanece forte
E tenta me dominar e me rebaixar a todo momento

Porque tudo parece tão confuso?
Porque você precisava me conquistar?
Agora sinto como se fosse apenas mais um brinquedo
Que você vai utilizar até quebrar

Não sei se você entende o quão grande isso é
Eu tento me lembrar das promessas que fiz
Para que eu nunca mais fosse destruído
Mas todas são esquecidas pela esperança de ser feliz

Eu sei que você não precisava de mim
Isso é o que me deixa mais enfurecido
Eu estava tão bem até você aparecer
Agora ando em meio a multidão completamente perdido

Eu sei que isso não era necessário
Somente mais um brinquedinho fútil
Mas eu me perdi, pronto pra me entregar e me quebrar
Por uma esperança completamente inútil

E esse é o problema de todo esse lance
Eu sei de tudo e continuo em frente
Eu sei o quanto você ainda vai me quebrar
E o grande problema é que estou ciente

É algo impossível de se tentar entender
Por mais que eu possa pensar em tudo
Eu ainda levanto minha espada e vou a guerra
Mesmo sem nada pra me proteger, sem um escudo

Você me prendeu em sua teia de dementes confusões
E eu fui em cada situação como um cachorrinho
Obedientemente tentando ganhar seu sorriso
Agora me sinto cheio de ódio e completamente sozinho

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Jogo de Poker


Achei essa poesia um lixo, mas como a vida é feita de coisas ruins também, publiquei. HAHA!

Quando eu jogo me sinto tão forte
Como um tigre no meio da multidão
Quando eu jogo me sinto com sorte
Como um homem que tem seu coração

Apostarei minha vida em uma mesa qualquer
Apostarei tudo na minha próxima mão
A liberdade é minha e faço o que quiser
Vamos dançar, caminhar sem direção

O carteado foi doce comigo
Aumento aposta e ofereço minha esperança
Não tente me parar, se for meu amigo
Aproveite o momento e entre na dança

A vida não passa de um jogo de baralho
E você nunca conhece a mão do oponente
Assim como no jogo, não oferece atalho
E jamais conta a rodada que vem em frente

Junte comigo nesse jogo
Aposte sua vida também
Beba o whisky e ascenda o fogo
Não devemos nada a ninguém

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ponta de lança



Poderia simplesmente o prazer alimentar-me?
Poderia o jubilo ser o suficiente?
Poderia eu, um simples miserável levantar-me,
Brandir a espada e seguir em frente?

Os reis caem a cada segundo
Colidem contra hordas de loucos furiosos
A ascensão de um pensamento profundo
Sofrimentos profundos, nada carinhosos

Poderia eu brandir o meu machado?
E correr impetuosamente ao meu destino?
Ou serei apenas um covarde ali parado
Um ponta-de-lança com a fraqueza de um menino?

Os reis caem a todo momento
Assim como as lagrimas escorrem ao rosto
Sorrisos alegres escondem o lamento
O soldado corajoso não abandona seu posto

Mesmo contra hordas de incontáveis selvagens
Mesmo contra dores que ferem profundamente
Mesmo contra poderosas ilusões e miragens
Seu bravio coração continua ardente

E o soldado cai morto ao chão, silencioso
As feridas o massacram novamente
Mas sua alma ascende, abre seus olhos, indecoroso
Sente-se vivo finalmente!

Sutil


Disseram para eu me afastar
Pediram para eu me cuidar
Suplicaram para eu acordar
Mas ninguém pensou em me realizar

Jamais acreditei em felicidade
E por isso, pensava ser um cara esperto
Jamais fui influenciado por vaidade
E por isso eu te recebi de braço aberto

Me contaram coisas terríveis de você
Serão verdades?
Me falaram para eu tomar cuidado ao viver
Minha fraqueza é a vontade

Observei tudo que me disseram sobre ti
Cada traço do seu jeito infatil
Mas vi o brilho nos seus olhos quando ri
Da sua alma, vi cada aspecto sutil

Senti meu desejo aumentando,
Algumas vezes, o ódio me dominando
Mas sempre algo me acalmando
Senti o tempo, tão cruel, passando

Passando e levando minhas paredes embora
Deixando minha esperança desprotegida
Mas apenas sem paredes posso ver a aurora
E estarei aqui, mesmo que me machuque, querida

domingo, 29 de julho de 2012

Why so hard?


Our time is ended
Do you can see?
Our history comes to end
And not needed a begin

Now I stay so alone
The bombs explode around me
I'm in the battlefront
And I wait for you here

My mind is lost
I lose my mind
I don't know what I do
I don't know where I find
Where I find you

And I look in every place
for a piece of my heart
Look at to sky, inside space
And question me: "Why so hard?"

Stil just looking
for a little of peace
Where I can asleep
for a cure to my disease
for a end to my love
And it's all to speak of

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Quando eu era criança

Imagem de Annie Leibovitz
Quando eu era criança eu tinha sonhos
Em que eu voava em aviões
planava em paixões

Quando eu era criança eu acreditava
Que o verdadeiro amor existiria
O vazio um dia se completaria

Mas eu cresci e vi o mundo
Senti que ele me quebrava aos poucos
Eu senti, chorei em um mergulho profundo
E percebi que a realidade não é para os loucos

Pus meus pés no chão
E logo aprendi a caminhar
Meus pés tocaram a terra batida
E aos poucos desaprendi a voar

Estava tudo bem naquela noite
Mais uma noite azul após o inverno chegar
Me enrolava em cobertores de sonhos fúteis
Sabendo que nenhum deles iria se realizar

Mas eu esqueci algo que não deveria
Não lembrei-me que o fascínio é perigoso
E sem saber muito bem o que fazia
Agi e me senti corajoso

Minhas mãos encontraram as nuvens
Meus pés não tocavam mais o chão
Velhos sonhos foram revividos
E após tanto tempo, senti o meu coração

Ele pulsava novamente
De um modo ainda vagaroso
Como se soubesse que o que sente
Pudesse ser algo tão doloroso

Por um minuto esqueci de tudo e, risonho
lembrei-me uma vez mais
Que quando eu era criança eu Tinha sonhos
Em que voava em aviões
Planava em paixões

Que quando eu era criança eu acreditava,
E aquilo me irritava
Que o verdadeiro amor existiria
E o vazio um dia se completaria

Mas, claro, ainda são apenas loucuras
E a realidade me puxa novamente ao chão
A realidade ainda me segura
E não deixa que eu perca a visão

domingo, 8 de julho de 2012

Poesia outra vez


Quando a poesia ressurge tudo fica complicado
A busca por rimas talvez me faça refletir
E quando tudo parecer perdido serei encontrado
Em algum lugar tão tão distante daqui

Enquanto olho para os meus sapatos, dominado pela tentação
Pelo desejo que você ousou despertar em mim
Pareço uma criança, fazendo castelos de areia no chão
Mais uma história de tantas outras que eu já conheço o fim

Quando a poesia retorna
Quando a sensibilidade renasce
O abstrato toma forma

Quando esperava não mais sentir
A realidade se transforma
E tudo que eu desejo encontra-se aqui

sábado, 7 de julho de 2012

Consciência


Sei que nem sempre sou tão certo
Que as vezes ando do lado errado
Sei que trago a dor pra perto
Que talvez não mereça ser perdoado


A noite chega ao fim e eu desperto
Aquele peso não deixa meu sono pesado
A cada barulho na noite do deserto
Abro os olhos e me sinto cansado


Da minha consciência não me liberto
Aonde eu estiver serei caçado
Pelo passado que se esgueira decerto


O peso dele deixa-me neste estado
O passado me persegue, o futuro é incerto
Estarei sempre nu aos olhos do meu pecado

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Alguém


Alguém que me enxergue
E não apenas me veja
Alguém que me abrace
e não apenas me beija


Alguém que me faça pensar
Alguém que me faça falar
Alguém que não aceite tudo o que digo como verdade
Alguém que enfrente minha vaidade


Alguém que não se prenda às coisas como elas são
Alguém aberto a mudanças constantes
Alguém que não me entenda como um irmão
Alguém que possa me ver como um amante


Alguém que compreenda meus muitos defeitos
E tente consertá-los inutilmente
Alguém que não se prenda ao que passou
E caminhe olhando pra frente


Alguém que não existiu
Alguém que não existe
Alguém que não existirá

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Nu


Meus pés descalços, tocam o chão
Caminho sem rumo lentamente
Fecho os olhos e olho pra frente


Meu corpo nu, refletido no espelho
Sinto o vento na pele, tocando meu peito
Meu sexo acorda, me sinto perfeito


Ou apenas aceitei?
Esqueço o espelho, rejeito Narciso
Os olhos fechados, na boca um sorriso


Encontro paz, na minha própria ermidão.
Rejeito os olhares de censura da multidão
Sorrio sozinho, apenas sozinho

sexta-feira, 30 de março de 2012

Tudo e nada, nada e tudo


Meu coração feito de aço
Derrete sob o poder da chama
Minha mente feita de água
Congela-se sob o frio que me embanha


Meus passos largos tão pesados
Me levam para lugares esquisitos
Meus olhos cegos pela luz do sol
Me mostram tudo o que é bonito


Tudo e nada
Cheio e vazio
Na madrugada
Sentindo o frio
Que gel'a minha espinha


Meu sorriso tão desbocado
Mostra a pureza que carrego no peito
Meu sexo mal lavado
Exibe minha decadência quando me deito


Meus pés descalços molhados
Sente a chuva que cai sobre mim
Meu nariz, velho e cansado
No meio do caos, sente o jasmim


Nada e tudo
Vazio e cheio
Na madrugada, surdo e mudo
Aguardando aquilo que anseio
A esperança que se avizinha

quarta-feira, 28 de março de 2012

O Desespero Nos Enfraquece


O desespero nos enfraquece
Somos como formigas sendo queimadas
Por uma lente enorme moldada em ilusões
E a pessoa fica ali apenas parada


Fazemos tudo para nos sentirmos bem
Mesmo que isso tudo nos destrua
Corremos no frio, na geada
Com a nossa pele nua
E a pessoa fica ali apenas parada


Dores são vistas em olhares
A força se esvai a cada segundo
Milhões se jogando de mãos dadas
Acreditando em sua fé cega
Se jogam no lago, se perdem no fundo
E a pessoa fica ali apenas parada


Risos agora estão tão distante
O amor se queimou em uma chama apagada
Secou-se a água para o elefante
E a pessoa fica ali apenas parada
Olhando e sorrindo à uma distância segura
Jogando dinheiro sem taxação para o alto
Promessas vazias prometendo a cura
E os corpos inertes formam uma estrada
Que a leva até o planalto


O livro negro em baixo dos braços
Palavras ilusórias se tornam a lei
A obscuridade crescente
Ajuda a submergir o novo rei
De muitas palavras e mente vazia
Escravos submissos a sua tirania
E a pessoa apenas parada não se esquece
Que o desespero nos enfraquece

quarta-feira, 7 de março de 2012

O Amor te deixa Idiota


Nada vai me fazer mudar de idéia
Você pode me chutar
O amor não vai passar


Pode até dizer que eu não presto
Duvidar que eu seja um cara honesto
Eu só peço um pouquinho de afeição
E que mate meu desejo quando eu sentir tesão


Mas não, você não quer acreditar
Que eu me importo com você
E mesmo se você acreditar
Você não vai querer me ter


Pois eu sou um saco, um porre, meu amor
Eu sou irritante e te chateio
E não tenho pudor
Eu me rebaixo e me odeio
Choro embaixo do cobertor
E se eu te digo: "não sou emo"
É por que sou um bom ator


Mas você pode até roubar minhas cartas
Me lançar num míssel em direção ao sol
Cortar minha pele e jogá-las às baratas
Apagar meu level 80, no WoW


Mas eu te digo
O meu amor não vai passar não
Me prostituo e viro um mendigo
Se for pra ganhar seu coração
Pra isso eu faço um "Heil Hitler" e entro em perigo
Para anciões judeus de um campo de concentração


Por você eu abro um Mc'donald's em Pyongyang
Beijo a careca do corpo inerte e mumificado de Lenin
Subo a torre Eiffel e arremesso uma anã
Eu leio Crepúsculo até o fim
Faço tudo isso e muito mais
Se for pra você dar para mim
E pra vivermos para sempre
Em uma linda casa nas montanhas com jardim