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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Crescer e despertar


O céu está mais nublado
E a chuva cai mais leve
As gotas tocam o chão
Parecendo flocos de neve
Tão sutil e tão cortante
Tão cinzento e tão distante


A ventania está tão lenta
E o frio tão mais intenso
Meus ossos rangem, eu os sinto
Eles doem, não mais penso
Hoje é tudo tão diferente
Assassinaram o inocente


E as lacunas não foram preenchidas
O vazio é cada vez maior
É preenchido de ilusões doces
De memórias de um tempo melhor
Porque assassinaram a inocência?
Porque eu sinto essa abstinência?


As rochas estão cada vez mais duras
Mas sua quantidade é tão menor
Poucas e sempre mais profundas
Puxando das profundezas o nosso pior
Mas que o vento leve tudo embora
E que chegue logo a nossa hora


O pulmão do dragão está mais vazio
E suas chamas ardem e causam mais dor
E seus olhos são cada vez mais intensos
Observo atentamente o despertar de uma flor
Suas pétalas abrem lentamente
Sinto-me descontentamente tão contente

sábado, 4 de agosto de 2012

Amor e Ódio


Sabe as noites que você se sente sozinho
Elas passam rápido e aos poucos as luzem se apagam
Sabe os dias em que você se sente carente
Até o momento em que as luzes se acabam

Antigamente isso era tudo o que eu tinha
Aos poucos eu me acostumei com pouco
Mas então você apareceu como um raio na escuridão
E aos poucos foi me deixando tão louco

Algo despertou naquele dia
Algo que jamais deveria ter sido libertado
Você libertou as luzes das trevas que me dominam
E hoje sou apenas um garotinho assustado

Agora o ódio cresce dentro de mim
Eu achei que tinha me livrado desse sentimento
Mas ele ainda vive e permanece forte
E tenta me dominar e me rebaixar a todo momento

Porque tudo parece tão confuso?
Porque você precisava me conquistar?
Agora sinto como se fosse apenas mais um brinquedo
Que você vai utilizar até quebrar

Não sei se você entende o quão grande isso é
Eu tento me lembrar das promessas que fiz
Para que eu nunca mais fosse destruído
Mas todas são esquecidas pela esperança de ser feliz

Eu sei que você não precisava de mim
Isso é o que me deixa mais enfurecido
Eu estava tão bem até você aparecer
Agora ando em meio a multidão completamente perdido

Eu sei que isso não era necessário
Somente mais um brinquedinho fútil
Mas eu me perdi, pronto pra me entregar e me quebrar
Por uma esperança completamente inútil

E esse é o problema de todo esse lance
Eu sei de tudo e continuo em frente
Eu sei o quanto você ainda vai me quebrar
E o grande problema é que estou ciente

É algo impossível de se tentar entender
Por mais que eu possa pensar em tudo
Eu ainda levanto minha espada e vou a guerra
Mesmo sem nada pra me proteger, sem um escudo

Você me prendeu em sua teia de dementes confusões
E eu fui em cada situação como um cachorrinho
Obedientemente tentando ganhar seu sorriso
Agora me sinto cheio de ódio e completamente sozinho

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Jogo de Poker


Achei essa poesia um lixo, mas como a vida é feita de coisas ruins também, publiquei. HAHA!

Quando eu jogo me sinto tão forte
Como um tigre no meio da multidão
Quando eu jogo me sinto com sorte
Como um homem que tem seu coração

Apostarei minha vida em uma mesa qualquer
Apostarei tudo na minha próxima mão
A liberdade é minha e faço o que quiser
Vamos dançar, caminhar sem direção

O carteado foi doce comigo
Aumento aposta e ofereço minha esperança
Não tente me parar, se for meu amigo
Aproveite o momento e entre na dança

A vida não passa de um jogo de baralho
E você nunca conhece a mão do oponente
Assim como no jogo, não oferece atalho
E jamais conta a rodada que vem em frente

Junte comigo nesse jogo
Aposte sua vida também
Beba o whisky e ascenda o fogo
Não devemos nada a ninguém

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ponta de lança



Poderia simplesmente o prazer alimentar-me?
Poderia o jubilo ser o suficiente?
Poderia eu, um simples miserável levantar-me,
Brandir a espada e seguir em frente?

Os reis caem a cada segundo
Colidem contra hordas de loucos furiosos
A ascensão de um pensamento profundo
Sofrimentos profundos, nada carinhosos

Poderia eu brandir o meu machado?
E correr impetuosamente ao meu destino?
Ou serei apenas um covarde ali parado
Um ponta-de-lança com a fraqueza de um menino?

Os reis caem a todo momento
Assim como as lagrimas escorrem ao rosto
Sorrisos alegres escondem o lamento
O soldado corajoso não abandona seu posto

Mesmo contra hordas de incontáveis selvagens
Mesmo contra dores que ferem profundamente
Mesmo contra poderosas ilusões e miragens
Seu bravio coração continua ardente

E o soldado cai morto ao chão, silencioso
As feridas o massacram novamente
Mas sua alma ascende, abre seus olhos, indecoroso
Sente-se vivo finalmente!

Sutil


Disseram para eu me afastar
Pediram para eu me cuidar
Suplicaram para eu acordar
Mas ninguém pensou em me realizar

Jamais acreditei em felicidade
E por isso, pensava ser um cara esperto
Jamais fui influenciado por vaidade
E por isso eu te recebi de braço aberto

Me contaram coisas terríveis de você
Serão verdades?
Me falaram para eu tomar cuidado ao viver
Minha fraqueza é a vontade

Observei tudo que me disseram sobre ti
Cada traço do seu jeito infatil
Mas vi o brilho nos seus olhos quando ri
Da sua alma, vi cada aspecto sutil

Senti meu desejo aumentando,
Algumas vezes, o ódio me dominando
Mas sempre algo me acalmando
Senti o tempo, tão cruel, passando

Passando e levando minhas paredes embora
Deixando minha esperança desprotegida
Mas apenas sem paredes posso ver a aurora
E estarei aqui, mesmo que me machuque, querida