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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Pleonamos entre loucura e paixão

Singela homenagem em memória ao velho Jazz-Rock


Eu cansei de política
Cansei do que passa na TV
Agora passo a minha vida
Só olhando pra você


Seus olhos revelam muito mais
Do que velhos livros de história
Sua presença me extasia mais que alcool
Que destrói minha memória


Mas tenho o dever de te avisar
Que agora nenhuma distância é segura
Eu estarei em cada respiração sua
Apenas aceite isso sem frescura
Você pode fingir que nada disso acontece
Ou simplesmente aceitar minha loucura


Apenas afirmo que a culpa não foi minha
Foi você que mexeu com meu coração
Depósito em você toda culpa
Por eu estar aos seus pés, rastejando no chão


Não me pergunte sobre amor ou paixão
São definições, pra mim, desconhecidas
Mesmo desconhecendo, acabei por me apaixonar
Por alguém sublime como um anjo
Com um olhar tão profundo quando o universo
E não tenho medo de te idealizar
Como os antigos romancistas faziam
Talvez te coloque em um pedestal inalcansável
Nesse caso, nunca é tarde pra aprender a voar

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Canção da loucura

Você já pensou que você pode não ser nada,
Que você pode não existir,
Que a única realidade é o vazio,
Que o sol pode ser frio?

Você já pensou que tudo existe,
E que era o centro de tudo,
E que nada mais importava,
Que o tempo não passava?

Você, alguma vez, se perguntou
Se não é tudo uma ilusão,
Se algo realmente faz sentido,
Se o anjo realmente está caído?

Você já parou e pensou
Se sua vida existiu,
Se não foi tudo uma ilusão?
Qual é a sensação?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Direito Prévio (Ou direito legislativo prévio)

Trago-lhes duas situações, uma delas será de conhecimento histórico, mas a outra talvez precise que você utilize um pouco da sua imaginação, caso não exista um conhecimento básico das teorias quânticas da física.

Imagine que você está na década de 1920 ou 1930. Em algum lugar um teórico físico, começa a abordar um material de alta radiação e que pode de alguma maneira, destruir corpos em nível subatômico. Então um jurista, ligado a relações internacionais, decide abordar a probabilidade de existir tal material de alta radiação. Logo ele inicia discussões com seus colegas do direito internacional e fórmula uma lei internacional proibindo a utilização de qualquer armamento desse tipo em funções militares ou de segurança, antes mesmo dela ser criada. Obviamente, este jurista não existiu ou, se existiu, nunca teve o seu pensamento refletido com seriedade pela humanidade. Em 1945 tal material foi utilizado para a construção de uma bomba, que dizimou, quase que completamente, a população de duas cidades japonesas, Hiroshima e Nagasaki. Os sobreviventes foram afetados pela radiação e sofreram com doenças decorrentes de tal exposição. Foi um dos maiores massacres da humanidade. O número de mortes no bombardeio foi de aproximadamente 260 mil pessoas, mas, caso contabilizemos o número de mortes decorrentes à exposição à radiação, esses números podem aumentar drasticamente.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Variações sobre uma mesma Língua

É difícil discursar sobre uma língua ser ou não falada corretamente. Vejo muitos teóricos na televisão discursando sobre a forma de falar corretamente, sendo que todas as formas de falar podem ser encaradas como corretas e, sendo encaradas assim, também podem ser encaradas como incorretas.


Mas esse preconceito é comum em todos os lugares. Alguns tentam argumentar que o português correto é aquele falado em Portugal, mas como podem falar algo assim, descartando o português falado no Brasil ou na Angola. E, ainda olhando esses países, certamente podemos encarar o fato de que, nem mesmo dentro deles, o português falado é idêntico. No Brasil vemos isso de forma bem clara, temos o português gaúcho, o português mineiro, o português paulista, entre outros. E, até mesmo dentro destes estados, percebemos que o português sofre uma variação. Não conheço profundamente Portugal, mas acredito que seja a mesma coisa. Não acredito que o português de Lisboa, seja o mesmo português falado numa cidade do interior do país. Na angola, penso eu, que seja a mesma coisa.


Até mesmo se nos concentrarmos em olhar duas pessoas, talvez dois irmãos, que cresceram juntas, veremos uma variação, mesmo que pequena, entre o português falado entre eles.


Com esse fato, torna-se irracional o preconceito que ocorre contra pessoas que não falam o português falado "corretamente", pois é impensável crer que nós possamos escolher entra 300 milhões de variações da mesma língua, uma que seja taxada como a correta. É simplesmente impensável exigir que todos sigam um mesmo caminho linguístico. Cada pessoa tem um modo de falar diferente, uma forma única e individual de se expressar. E como taxaremos a correta?


Mesmo na literatura fica difícil encontrar uma forma completamente correta de escrita. Até tentamos criar uma uniformidade na forma escrita, que simplesmente é inútil. Nada contra elas, realmente creio que são necessárias para uma melhor compreensão duradoura deste tema. Mas as línguas apresentam um processo evolutivo veloz. Hoje vejo pessoas que não admitem a escrita de “vc” ou “cê” no lugar de “você” em um texto, mas se lembrarmos de que décadas atrás a escrita de “você” no lugar de “vossa mercê” não era admitida, não podemos afirmar, com ampla certeza, que as grafias “vc” ou “cê” não podem ser admitidas em um futuro próximo.


Por isso, não creio que possamos taxar certas grafias como incorretas, apenas como inadmissíveis em certo contexto espaço-temporal. Tudo depende do local onde esta grafia está sendo empregada e quando ela está sendo empregada. A grafia  empregada em um processo judiciário é diferente da grafia utilizada em um livro de ficção, que é diferente da grafia utilizada em uma rede social virtual. 

Mas a grafia de uma rede social virtual poderia seguir a grafia utilizada em um processo judiciário, caso o emissor (quem envia) e o receptor (quem recebe) estejam aptos e dispostos a utilizar esta grafia;  enquanto que a grafia utilizada em um processo judiciário não poderia seguir a grafia utilizada apenas em uma rede social virtual.


Isso mostra apenas que, no momento, a rede social virtual pode admitir ambas formas de grafia, enquanto que o tribunal, aonde circula o processo judicial, a apenas pode admitir a forma de grafia empregada em um processo judicial. Mas isso não infere que em algum tempo e espaço, o tribunal não possa admitir, ao menos parte, da grafia que hoje é utilizada em uma rede social virtual.


Alguns podem discordar, pois a grafia “vc” diferiria da forma de falar “você”, por exemplo. Mas ao observarmos outras línguas percebemos que isso já vem acontecendo, o Inglês, por exemplo, segue padrões linguísticos de fala diferentes dos padrões linguísticos de escrita. Vemos muitas sílabas diferentes que produzem o mesmo som e muitos sons que, escritos, possuem padrões silábicos variáveis. Podemos ver as palavras Little e Catle, por exemplo. Onde “ttle” e o “tle” teriam uma dicção idêntica no português, mas em inglês apresentam dicção diferente, “Lirou” e “Quéssou” respectivamente, aproximando do português falado.


Por isso, creio que não seja absolutamente possível que, em algum tempo, possamos ver a grafia “vc” empregada em um texto oficial.


Com isso chego a duas conclusões. Primeiramente, não existe nenhuma forma de falar correta ou incorreta, tudo depende da capacidade do emissor e do receptor da mensagem em conseguirem compreender tal mensagem, com a variação de código empregada. E, também, não existe uma forma de escrever correta, apenas uma forma de escrever admitida em um tempo-espaço que pode sofrer variações.