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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O que esperar de um poeta?



A poesia é criada ou encontrada?

Ela surge da mente de um poeta
Ou está sempre ali, à espreita,
Esperando a hora correta?

Ela surge espontaneamente?
Ou de um sistema de acontecimentos?
A poesia é fruto da razão humana
Ou é gerada por sentimentos?

O que esperar de um poeta,
se não que ele procure sua poesia
Que não pode ser criada,
A não ser pela agonia

Por fim, a poesia está sempre ali
Aguardando a hora de ser escrita
Até o momento em que é exteriorizada
Quando ela será lida, sentida, esquecida

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Abismo




Os corpos estão na mesa

E ninguém se preocupa com os que viveram
Ninguém vê aquilo que eu vejo
Eu sou um cego solitário, me esqueceram



Estou perdido feito uma criança

Sem cavalos marinhos ou pássaros azuis
Inútil como lixo electrônico
Abro a janela e deixo a solidão dominar a luz



Disseram que o mundo está em ruína

Que ninguém se preocupa em abrir qualquer porta
Corrosão acelerada feito anfetamina
Mas na real: Quem se importa?
Veja o mundo com seus olhos de menina
Pois se cresceres, não tem mais volta



O passado é apenas um monte de esterco

O  futuro, uma lixaria
Me esqueça enquanto me perco
Na real: quem ligaria
O mundo não suportaria meu cerco
Será que você me amaria?



Esqueceria de tudo e passaria a vida ouvindo suas histórias

Que o mundo se exploda consumido em chamas
Seus olhos não me veem como uma escória?
Como todos os outros me veem? Alguém ainda ama?



Não conheço o lugar que morri

Desconheço onde irei nascer
Tomo uma grande dose de remédio pra gripe
Dormir, morrer, viver, vencer



Perdi minhas alma há muito tempo

O diabo jurou me devolver
Quando finalmente pagasse meu acordo
O que poderemos fazer?



Dê-me a mão e fale mais

Ande comigo em direcção ao abismo
Nem sequer olhe para trás
Abandone o utilitarismo
Grite e deseje mais
Prenda-se ao meu sofisticalismo

domingo, 11 de novembro de 2012

CENA DE HOMICÍDIO



Quem eu sou?
Aonde estou?
Paredes brancas manchadas de sangue
Corpos inertes espalhados ao chão
Apenas manequins
Não falam, não se movem, não pensam
Demônios fantasiados de Serafins
A luz engolida pela escuridão


Quem somos?
Quais são nossos planos?
Ficamos parados, inertes, por tempo demais
O relógio não parou, mas andou pra trás
Bocas fechadas com dentes a mostra
Prontas para morder, me ferir
Eu queria apenas fugir



Mão abertas
Olhos fechados
Os muros da cidade estão acizentados
O nascer do sol também
O silêncio dos inocentes para o regojizo dos culpados
Ecos que vem do além
Corpos inertes, estão todos mortos
As mentes fecharam os portos
Fugimos aos aeroportos
Mas os aviões caem em chamas, destruindo um aranha-céu
Fica a esperança que os mortos se ergam
Mas permanecem intocados seus mausoléus

sábado, 10 de novembro de 2012

Medo



Olho para o futuro, tão amedrontador
Ele olha de volta para mim de modo ameaçador
Manda um aviso de que chegará esmagador
E passará por cima dos meus sonhos feito um rolo-compressor

O medo domina minha alma, como se eu fosse nada
E a cada segundo de aproximação, sinto alguma coisa errada
Aperto o sinal para descer na próxima parada
Passo direto, não obede, me olha e dá risada

E a cada segundo que passa, tudo parece mais conflituoso
Aquilo tudo que mal importava, agora é tão doloroso
E a dor representa minha atuação, meu gozo
Seu olhar está tão cansado, parece tão desgostoso

O que fizeram com minhas promessas?
Eram tão reais e, agora, tão desconexas
Foram todas tácitas, mas e se fossem expressas?
Vamos embora lentamente. Abandone as suas pressas

Luz



Eu te disse, garota
que viver não é fácil
A vida pode ser aterrorizante
Mas olhemos diferente por um instante


Em meio a tantos horrores
O amor é tudo o que preciso dar e receber
Em meio a todos os meu pequenos problemas
Vejo a luz que me guia em você (à você)


Por muito tempo me fechei em paredes ilusórias 
Criadas pelo meu próprio medo
Você é a luz que dissipa o temor
E agora espero que você faça parte das minhas histórias
Que escrevamos juntos nosso enredo
Pois tudo o que desejo é viver esse amor


Eu poderia perder tudo
Poderia travar mil batalhas
Poderia quebrar minhas raízes
Lutar por meus sonhos e obter mil falhas


Mas com você ao meu lado
Nada importaria 
Minhas esperanças ressistiriam
Meu coração não se corromperia


Que o mundo exploda 
Se você estiver ao meu lado
Nós o reconstruiremos