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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Abismo




Os corpos estão na mesa

E ninguém se preocupa com os que viveram
Ninguém vê aquilo que eu vejo
Eu sou um cego solitário, me esqueceram



Estou perdido feito uma criança

Sem cavalos marinhos ou pássaros azuis
Inútil como lixo electrônico
Abro a janela e deixo a solidão dominar a luz



Disseram que o mundo está em ruína

Que ninguém se preocupa em abrir qualquer porta
Corrosão acelerada feito anfetamina
Mas na real: Quem se importa?
Veja o mundo com seus olhos de menina
Pois se cresceres, não tem mais volta



O passado é apenas um monte de esterco

O  futuro, uma lixaria
Me esqueça enquanto me perco
Na real: quem ligaria
O mundo não suportaria meu cerco
Será que você me amaria?



Esqueceria de tudo e passaria a vida ouvindo suas histórias

Que o mundo se exploda consumido em chamas
Seus olhos não me veem como uma escória?
Como todos os outros me veem? Alguém ainda ama?



Não conheço o lugar que morri

Desconheço onde irei nascer
Tomo uma grande dose de remédio pra gripe
Dormir, morrer, viver, vencer



Perdi minhas alma há muito tempo

O diabo jurou me devolver
Quando finalmente pagasse meu acordo
O que poderemos fazer?



Dê-me a mão e fale mais

Ande comigo em direcção ao abismo
Nem sequer olhe para trás
Abandone o utilitarismo
Grite e deseje mais
Prenda-se ao meu sofisticalismo

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