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terça-feira, 7 de maio de 2013

O Anjos caído


Vocês acreditam em anjos?

Eu fui criado para ser a luz. Eu fui criado para ser a inspiração de vocês. A luz que guiaria o caminho dos filhos mais novos.

Me tornei um de vocês para guia-los. Abandonei meus iguais para virar um humano, uma luz que os levaria à um novo alvorecer.

Mas o que vocês fizeram? Como me recompensaram? Há! Pisaram em minha cabeça e caminharam sobre meu corpo, quebrando cada um dos meus ossos.

Desculpem-me, mas o brilho que você viu em meus olhos não existe mais. A minha luz foi dominada por sombras.

Todo ser tem sombras que habitam dentro de si. Sombras que lutam para sair, que são contidas por lampejos de esperanças e compaixão. Sombras que dominam sua alma quando a esperança se esvai.

Hoje apenas olho para vocês, pequenos macacos sem pelo, e tudo o que eu sinto, é desprezo. Sinto as sombras ao meu redor, que se aproximam de meus ouvidos e gritam:

“ODEIE-os!”, elas gritam!

“odeie-os...”, elas sussurram.

"Odeie cada lampejo daquilo que você nunca terá, cada traço de felicidade que nunca preencherá seu vazio."

Minhas asas brancas tornam-se negras. Veja! E eu, que cheguei até aqui como um lampejo de esperança, agora, torno-me o contrário. Torno-me aquilo que sempre odiei, aquilo que jurei combater. Me prendo ao ódio trazido pelas sombras. O doce ódio que eu tenho o prazer de vos oferecer. O ódio que se aproxima do meu ouvido e balbucia aquelas palavras.

“DESTRUA-OS!” – Ele grita.

“destrua-os e odeie-os!” – Ele sussurra.

Eu me sinto amargurado. Pergunto-me onde estará meu pai agora, nosso pai. Pergunto-me por qual motivo essas sombras dominam meu peito. Por qual motivo eu me tornei isso. Oro e peço por respostas...

O silêncio é a resposta.

Apenas o silêncio.

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