A ampulheta do tempo rodou
E eu fiquei parado, sentado, à espreita
Observando a vida em atitude suspeita
De olhos fechados eu vi o tempo passar
Mas as areias do destino pareciam inertes
Enquanto ilusões me encantavam com seus flertes
A queda não parece ser assim tão divertida
'Inda mais quando se está nela, não assistindo
Mas a flor escarlate desabrochava-se rindo
Minha mente encheu-se de fogo vermelho
Gélido como a mais tenra nevasca que há de cair
Apenas se apaga ao fazer o que nunca fez: desistir
E então a fogueira tênue começou a me aquecer
Em chamas repletas de carinhos e desejos insaciados
E finalmente pode-se dormir um sono há muito atrasado
E acordar com o frescor desconhecido
De uma vida de promessas até então descumpridas
Encontrando a realidade há muito perdida
Em um sorriso sereno daquela que não vê
Que, como sugeriu a raposa, observa com os olhos do coração
E que tudo viu - e sentiu - naquele simples momento de exceção
Ou regra...
Ou regra...
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