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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Loucura

Há tempos não escrevo nesse blog. Realmente, venho me distanciando dele nos últimos meses. Minha vontade de escrever poesias desapareceu gradualmente e, as poucas que escrevi, preferi deixar apenas no Facebook.

Volto para mostrar o esboço de algo em que venho trabalhando há algumas semanas. É apenas o prólogo de algo maior que está quase pronto.
"Todo livro histórico deve começar pela situação geopolítica da época em que os fatos ocorreram. É uma regra básica, seguida por qualquer historiador que se preze a contar os fatos.

Esse não é um livro histórico. Não serão narradas situações geopolíticas. É um livro sobre o amor, mas também não é uma história de amor.

Era uma vez um garoto. Sua infância não foi das mais legais. Filho de uma mãe ausente e de um pai idiota, ele tinha dois irmãos, mas, ainda assim, sempre se sentia solitário. A solidão era sua companheira constante. Claro, também havia Ela. Aquela companheira bizarra, que ninguém conseguia ver.

Certa vez tentara contar sobre Ela para sua mãe, mas não obteve a atenção. Era apenas uma criança de dez anos e não fazia muita diferença o que tinha a dizer. Sua mãe tinha outras preocupações bem maiores do que se preocupar com amigos imaginários de uma criança de 10 anos.

Mas Ela continuou com ele enquanto crescia. Continuou com ele durante sua adolescência – ainda mais difícil do que a infância. Durante essa época ele finalmente ganhou amigos, mas não se afastou da solidão que o perseguia. Também se apaixonara pela primeira vez e sentira as dores de um coração partido e magoado. Então, se apaixonou pela segunda, terceira, quarta, quinta, sexta vez e, cada vez mais sentia as dores que aquilo causava, mesmo tendo a sensação de que sentia menos.

Foi nessa época que Ela parou de ser apenas uma presença e começou a ganhar personalidade. Transformou-se em uma companheira de conversa, mas, inteligente como era, o garoto sabia que não poderia contar à ninguém sobre alguém que não existia em nenhum plano. Então guardou Ela apenas para si. Era a sua loucura... A Loucura...

A Loucura foi a responsável por ele conseguir completar 18 anos vivo. O garoto era muito triste durante a adolescência. Constantemente pensamentos sombrios agitavam a sua mente e ele sentia que algo deveria mudar, algo deveria acabar. Algumas vezes chegou bem próximo de uma atitude real, mas sempre fora parado pela sua Loucura, que o fazia pensar.

Logo suas conversas ficaram mais e mais profundas e garoto começou a realmente se sobressair intelectualmente graças a sua singular companhia. Pessoas começaram a perceber isso e admirá-lo, mas, mesmo com tudo isso, ele ainda se sentia solitário. Sabia que agora tinha amigos e admiração, mas sentia que aquilo não era o bastante.

O garoto foi para longe então, em busca de algo que desse o sentido que procurava, mas não o encontrou e retornou.

Logo a solidão o dominou, como uma escuridão que tem força própria. O garoto se fechou ao mundo. Sua vida tornou-se seu trabalho. Seus amigos se preocupavam e tentavam ajudá-lo, mas parecia que nada adiantava, nada fazia sentido. Durante os dias ele trabalhava e durante as noites dormia e chorava.

E então o sol nasceu. Seus raios, levemente adentraram o recinto e iluminaram o palco. Com pés descalços ele caminho, encontrando um lugar ao centro, tornando-se o centro do mundo. Finalmente ele iria brilhar. Seus olhos se fecharam."


Decidirei depois, mas, talvez, também coloque o primeiro capítulo por aqui.

2 comentários:

Anônimo disse...

Como assim,Tratar por "garoto" um personagem principal? o decorrer dos fatos evoluem muito rápido o que torna tedioso no terceiro parágrafo. Falta liga dentro do enredo, por mais que tente representar uma história real, afinal a solidão do amadurecimento passa e às críticas do seu lírico aparecem...

Unknown disse...

Entendo a crítica. É um pouco fora do comum não nomear personagens. Mas não é algo original. Eu tirei isso de um livro que li um pouco antes de começar a escrever isso: "Filhos do Fim do Mundo", do Fábio Barreto.

Sobre a velocidade de desenvolvimento, também foi proposital. É pra ser algo rápido, com cortes bruscos, como a introdução de um filme, dando uma breve abertura para a personalidade que será apresentada ao decorrer da narrativa.

Muita gente estranhará (as poucas que leram um pouco, estranharam), mas acredito que seja necessário para dar um clima a história.

Mas obrigado por ler e opinar =D

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